Como usar redes sociais para ajudar na recuperação de crédito e investigação patrimonial?
As redes sociais desempenham um papel central na vida de milhões de pessoas. Além de sua função principal de conectar indivíduos, elas também têm ganhado importância em diversas outras áreas, incluindo o campo jurídico e financeiro. Cada vez mais, as empresas e profissionais da área de recuperação de crédito e investigação patrimonial utilizam as redes sociais como ferramentas para localizar devedores e analisar o perfil econômico de uma pessoa ou empresa.
Por isso, neste artigo exploraremos como as redes sociais podem ajudar na investigação patrimonial. Indo mais além, vamos discutir os aspectos legais e as boas práticas envolvidas nesse processo.
O uso das redes sociais na recuperação de crédito
O conceito de “recuperação de crédito” envolve a cobrança de dívidas não pagas por consumidores ou empresas. Tradicionalmente, a recuperação de crédito dependia de métodos como telefonemas, cartas de cobrança e até ações judiciais, mas com o advento das redes sociais, novas possibilidades se abriram. As redes sociais, como Facebook, Instagram, Linkedin e até mesmo plataformas como Twitter, podem fornecer informações cruciais sobre o paradeiro e a situação financeira dos devedores.
Empresas de cobrança e advogados especializados em recuperação de crédito têm acesso, hoje, a uma grande quantidade de dados compartilhados publicamente nas redes sociais, como fotos, atualizações de status, check-ins e até informações sobre o emprego e as atividades de lazer da pessoa. Essas informações podem ajudar a traçar o perfil do devedor, identificar sua localização e até mesmo determinar sua capacidade financeira.
Análise de comportamento e padrão de vida
As redes também fornecem informações sobre o comportamento do devedor, o que pode ser crucial para a análise de sua capacidade de pagamento. O estilo de vida, os interesses, as compras e as interações online podem servir como indicativos de que a pessoa tem condições de quitar suas dívidas, mas escolhe não o fazer.
Por exemplo, se alguém que deve uma grande quantia está frequentemente postando fotos de viagens luxuosas ou participando de eventos caros, isso pode ser um indicativo de que a pessoa possui recursos suficientes – ou até ocultos em alguns casos. As partes podem usar essas informações como evidência de má-fé.
Comprovação de rendimentos e bens
Em alguns casos, a análise das redes sociais pode até mesmo revelar informações sobre o patrimônio do devedor. Muitos usuários compartilham nas redes sociais suas aquisições, novos imóveis, carros e outros bens valiosos. Essas publicações podem servir como provas indiretas de que a pessoa tem recursos para pagar suas dívidas, caso se recuse a fazê-lo.
Ademais, o LinkedIn pode ser uma ferramenta útil na investigação dos rendimentos do devedor. Através do perfil profissional, é possível descobrir qual é a ocupação da pessoa, se é um cargo executivo em uma empresa, e até mesmo o valor aproximado de seu salário, o que pode ser um indicativo de sua capacidade de pagamento.
Auxílio na negociação
O simples conhecimento sobre a vida online do devedor pode ser um diferencial durante a fase de negociação. Ao entender melhor a situação e os interesses do devedor, o profissional de cobrança pode adaptar suas abordagens para criar soluções mais eficazes, aumentando a probabilidade de recuperação.
Por exemplo, se o devedor estiver com dificuldades financeiras evidentes, pode-se tentar estabelecer condições de pagamento mais favoráveis, evitando a judicialização do processo.
Investigação patrimonial e redes sociais
A investigação patrimonial visa identificar bens e rendimentos de uma pessoa ou empresa para garantir o pagamento de uma dívida. Esse processo pode ser desafiador, principalmente quando o devedor tenta ocultar ou transferir seu patrimônio. No entanto, as redes sociais podem ser uma ferramenta eficaz na investigação patrimonial.
A localização de bens imóveis
Muitas vezes, as pessoas compartilham fotos de suas casas, apartamentos ou até mesmo imóveis que adquiriram recentemente nas redes sociais. Um simples post em que a pessoa mostra sua nova casa ou fala sobre a compra de um novo carro pode ser um indicativo de que a pessoa possui patrimônio, mesmo que tenha negado isso em um processo judicial.
Esses dados podem ajudar a identificar onde a pessoa reside e, assim, facilitar a investigação de bens. Com isso, é possível tomar medidas legais para bloquear ou penhorar esses bens, se necessário.
Identificação de empresas e atividades comerciais
O Linkedin e outras plataformas profissionais são fontes valiosas de informação quando se trata de investigar o envolvimento do devedor em atividades comerciais ou empresariais.
Muitas pessoas não ocultam suas conexões profissionais e empresariais nas redes sociais, o que pode ajudar na identificação de empresas das quais elas fazem parte. Além disso, as postagens podem fornecer pistas sobre a saúde financeira dessas empresas.
Informações sobre fontes de renda alternativas
Além dos rendimentos formais, muitas pessoas também compartilham informações sobre fontes de renda alternativas em suas redes sociais.
Por exemplo, se uma pessoa está constantemente promovendo um negócio próprio, isso pode ser um indicativo de que ela tem fontes de renda adicionais. Essas informações podem ser importantes para localizar bens ou salários que, inicialmente, não estavam sendo considerados no processo de recuperação de crédito.
Aspectos legais no uso das redes sociais
Embora as redes sociais ofereçam uma riqueza de informações para a investigação, é importante lembrar que é preciso usar essas informações dentro dos limites legais.
O uso indevido de dados pessoais ou a invasão de privacidade podem resultar em sanções legais e prejudicar o andamento de um processo de recuperação de crédito.
Princípios da privacidade e proteção de dados
No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece que qualquer dado pessoal coletado, seja ele de redes sociais ou de outras fontes, deve ser tratado com respeito e transparência.
Os profissionais que utilizam redes sociais para investigação patrimonial ou recuperação de crédito devem estar atentos a esses princípios, garantindo que a coleta e utilização dos dados sejam feitas de maneira ética e legal.
Uso de informações em processos judiciais
O uso de informações obtidas nas redes sociais deve ser tratado com cautela em processos judiciais. A jurisprudência tem indicado que, embora as postagens em redes sociais possam servir como prova, os tribunais precisam analisá-las cuidadosamente para assegurar que não houve manipulação ou distorção das informações.
Além disso, a autenticação das provas é um aspecto importante, sendo necessário garantir que as postagens não foram alteradas ou removidas após a coleta.
A plataforma SONAR da LEME Forense pode ser um grande aliado nesse processo, oferecendo serviços especializados em investigação patrimonial e recuperação de crédito. Com uma equipe qualificada e experiente, podemos auxiliar na coleta de informações relevantes para a identificação de bens e rendimentos dos devedores.
A plataforma também pode ajudar a analisar o perfil econômico das partes envolvidas e fornecer dados para negociações ou para processos judiciais. A LEME é uma parceira estratégica na busca pela solução das pendências financeiras e na identificação de ativos ocultos.
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Texto por Jessica Almeida